terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Informativo Rádio pela Infância‏: Direito de ser adolescente

Você sabia que, segundo pesquisas, o Brasil não vai voltar a ter uma população tão grande de adolescentes? São 21 milhões de meninos e meninas entre 12 e 17 anos, ou seja, 11% da população brasileira. Achou muito? Mas é mesmo. Esses números mostram que precisamos dar voz ativa a esse grupo na sociedade.

Você sabe como vivem e o que pensam os adolescentes do nosso município? Então, tenha interesse em descobrir. Não podemos ver os adolescentes como um problema a ser resolvido, uma fase rebelde, ou com outras visões preconceituosas. É dever do município e de toda a população dar as ferramentas necessárias para que os meninos e meninas desenvolvam todo o seu potencial e possam se expressar. O desenvolvimento do país depende de cada criança e adolescente e de cada um de nós.

Assim como os adultos, os idosos e as crianças, os adolescentes têm seus direitos. Mas, nesse período da vida, alguns desses direitos são mais violados do que em outras faixas de idade. É o que aponta o relatório do UNICEF, lançado em novembro de 2011, sobre a situação da adolescência brasileira. Entre os próprios adolescentes, alguns sofrem essas violações de forma mais grave. Por exemplo, um adolescente negro tem quase quatro vezes mais chance de ser assassinado do que um adolescente branco. Um adolescente indígena tem três vezes mais possibilidade de ser analfabeto do que os adolescentes em geral.

Uma forma de tentar resolver a questão é o Estado dar mais atenção a esses jovens, com políticas públicas que garantam os direitos de cada criança e adolescente. Se você é adolescente, ou simplesmente quer saber mais sobre o que o município faz pelos jovens da região, procure a Prefeitura ou o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente. É uma maneira de participar.

Boa notícia! Depois de fazer uma análise das políticas públicas brasileiras, o UNICEF percebeu um avanço, principalmente nas ações voltadas para os primeiros anos de vida. A taxa de mortalidade infantil, antes dos cinco anos, foi reduzida. E no grupo entre 6 e 14 anos, menos de 3% estão fora da escola. Isso mostra que, com esforço, o país pode melhorar. Mas ainda há muito o que fazer.

Agora precisamos ganhar uma base mais forte também nas políticas voltadas para a adolescência. Não basta garantir o direito à vida nos primeiros anos e depois deixar o jovem se virar no mundo. Em 2009, a taxa de assassinatos de pessoas entre 15 e 19 anos era duas vezes maior do que a média para a população como um todo. Esse número é preocupante e se mantém praticamente o mesmo desde 2004, não diminui.
No caso da educação, os indicadores apontam importantes melhorias no período entre 2004 e 2009, principalmente entre 6 e 14 anos, mas o Brasil ainda enfrenta desafios: 15 de cada 100 adolescentes entre 15 e 17 anos de idade estão fora da escola. O adolescente precisa ter seus direitos assegurados. E a educação é um dos mais importantes, porque ajuda a conquistar vários outros.

Atenção, pai e mãe: o apoio, a atenção e a proteção da família também são cruciais nessa fase da vida.
Todas as crianças e adolescentes merecem atenção, mas o UNICEF aponta a necessidade de dar atenção especial a quatro grupos específicos: meninas ou meninos que tenham sofrido exploração sexual; jovens mães; adolescentes que são chefes de família e precisam sustentar a casa; e meninos e meninas que vivem nas ruas.

Não podemos esquecer. É apenas com a participação dos próprios adolescentes, de forma cidadã, que as respostas para os problemas que afetam a vida deles vão fazer parte da realidade. Seja na Amazônia, em comunidades populares do Semiárido, em grandes cidades urbanas, é preciso que os adolescentes discutam com os adultos temas que atinjam seu dia-a-dia.

A situação pede urgência. Você que é adolescente e tem vontade de mudar esse quadro, procure a Prefeitura e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O Conselho tem como objetivo elaborar as políticas que vão promover, garantir e defender os direitos das crianças e dos adolescentes. E você pode participar.

Cada adolescente representa uma oportunidade de desenvolvimento para a sua família e o município. Está na hora de serem levados a sério. Vamos garantir o direito de cada menino e menina ser adolescente.

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