Você já ouviu falar na Semana do Bebê? Se a resposta for não, fique tranquilo, que você já vai entender melhor. Se a resposta for sim, ótimo. Sinal de que você sabe da importância do evento para o município.
Bem, a Semana do Bebê é uma grande mobilização do município pelos direitos das gestantes, das mães e suas crianças pequenas. A ideia do evento é chamar a atenção para o tema e incentivar ações que ajudem a garantir esses direitos.
Por isso, a Semana do Bebê reúne famílias, autoridades locais e profissionais das áreas de saúde, educação, proteção e da mídia. São realizadas atividades culturais e de lazer, palestras, debates, oficinas... Tudo para levantar e discutir temas como a saúde e o bem estar da gestante, a prevenção da violência, a importância da amamentação e a redução da mortalidade infantil.
O evento tem o incentivo do UNICEF e é realizado de forma voluntária pelos municípios interessados em fazer parte dessa iniciativa.
Mas por que é tão importante garantir esses direitos? Antes de mais nada, porque são direitos previstos na legislação brasileira e em tratados internacionais. Além disso, os primeiros anos de vida são fundamentais para que as crianças tenham um desenvolvimento saudável, sejam pessoas felizes e contribuam para construir uma comunidade melhor. Viu como é importante? Vocês podem estar se perguntando: mas quando vai ser tudo isso? A Semana do Bebê não tem uma data única para acontecer em todo o país, cada município pode decidir a data e a programação. Mas a ideia é que se repita todos os anos. O ideal é criar uma lei definindo a Semana do Bebê como parte do calendário oficial do município. Então, vamos ficar ligados e participar quando chegar a hora!
Você sabia que os seis primeiros anos de vida são decisivos para o desenvolvimento completo de meninas e meninos? É que nessa fase, chamada de primeira infância, as experiências que ela vive – mentais, físicas, emocionais e sociais - têm impacto para a vida toda. Por exemplo, até os dois anos, as ligações afetivas são muito importantes para a estabilidade emocional. Até os três anos de idade, o potencial do vocabulário da criança já está determinado. Até os quatro anos, o cérebro define as bases para a matemática e para o raciocínio lógico. Até os seis anos, são formadas 90% das sinapses cerebrais, isto é, quase todas as ligações que o cérebro faz e que vão determinar a capacidade de aprendizado entre outras coisas.
Isso quer dizer que nesses primeiros seis anos de vida, pode-se estimular uma criança para ela desenvolva todo o seu, seja tranquila, feliz e segura de si. Ficar com a criança em tempo integral nessa faixa etária tem impacto decisivo nos processos de aprendizagem e de construção de relações sociais. Isto é, como ela vai se relacionar com as pessoas, por exemplo, na rua onde mora, na escola, na família, ou seja, fatores que influenciarão toda a vida afetiva e profissional. Por todos esses motivos, vale a pena dedicar uma Semana inteira para discutir e aprender mais sobre a vida e os direitos de cada bebê.
A proposta da Semana do Bebê teve início há 12 anos no município de Canela, no Rio Grande do Sul. Desde então, diversos municípios do Brasil e até outros países, como Portugal, Argentina e Uruguai, juntaram-se à causa e promovem a Semana do Bebê todos os anos. Só em este ano, 127 municípios da Amazônia e do Semiárido realizaram a Semana do Bebê, além das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Com isso, a taxa de mortalidade infantil diminuiu e melhoraram os índices de amamentação. Os bebês passaram a receber acompanhamento integral até um ano de idade e as vagas nas creches e pré-escolas aumentaram.
Enfim, o resultado desse esforço é o avanço das políticas públicas que asseguram o direito de cada bebê a sobreviver e se desenvolver, aprender, brincar, conviver com a família e a comunidade, crescer sem violência e ser protegido de doenças. Então, vamos cobrar e participar!
Procure a Prefeitura Municipal e informe-se sobre a realização da Semana do Bebê. Se não houver nada previsto, vamos sugerir a criação. Governo municipal, Conselho Tutelar, profissionais de educação, da saúde, assistentes sociais, Câmara de Vereadores, adolescentes e jovens comerciantes, empresários, comunicadores, igrejas... Todos devem estar envolvidos para o sucesso do evento.
O número de crianças que morrem antes de completar um ano de idade pela falta de cuidados ainda é grande no Brasil. A situação já melhorou muito, mas de acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a cada mil crianças que nascem, 19 morrem antes de completar o primeiro ano de vida. As mães também correm riscos durante o parto. A mortalidade materna e infantil é mais alta nas regiões mais distantes, com difícil acesso ao sistema de saúde, como acontece em muitos municípios do Semiárido e da Amazônia.
Uma das maneiras de diminuir o índice de desnutrição infantil e consequentemente da mortalidade dos bebês, é garantindo amamentação exclusiva no peito até, no mínimo, os seis meses de vida. Assim como essa medida simples, muitas outras precisam ser conhecidas por todas as mães. Nenhuma família deve ficar de fora.
Na Semana do Bebê, o município trata de todos os assuntos ligados ao tema: acesso ao pré-natal, curso para gestantes, debate sobre a saúde da família, paternidade responsável, gravidez na adolescência, melhorias na educação infantil, o direito de brincar e tudo o mais. É uma boa oportunidade de avaliar como vivem os recém-nascidos, crianças e jovens do município.
Todos podem se beneficiar quando o município promove a Semana do Bebê. Os comércios, empresas e funcionários também podem ganhar com a realização do evento. Em Canela, Rio Grande do Sul, por exemplo, uma jovem aplicou na empresa da família os conhecimentos adquiridos durante a Semana do Bebê. Ela criou um programa, destinado especialmente às mães que querem voltar à forma física, sem perder o contato com os filhos. O programa oferece a essas mães acomodações especiais e a possibilidade de fazer exercícios na companhia do neném durante o trabalho. Outro exemplo: funcionários das escolas e creches aprendem que não basta trocar e alimentar o bebê, tem de falar com ele, tocar, abraçar, dar carinho. Gostou? Outras ideias como esta podem surgir na Semana do Bebê do município. Vamos unir toda a comunidade para melhorar a situação de vida de cada criança desde os primeiros anos de vida.
O direito de aprender de cada criança e adolescente deve ser garantido sempre. Mas será que o material e os livros trabalhados atualmente pelas escolas despertam o interesse dos estudantes? É bom observar se os materiais e as práticas de ensino trazem exemplos da realidade deles. Na hora de estudar História, Geografia, Português ou Matemática, as crianças precisam ligar esses conhecimentos ao dia a dia da região onde vivem - seja uma cidade grande, um povoado rural no Semiárido ou uma comunidade ribeirinha na Amazônia. Assim as aulas ficam mais interessantes, e o aluno passa a conhecer e participar do desenvolvimento do município.
Uma menina que mora na beira de um rio na Amazônia, por exemplo, precisa encontrar, na sala de aula, conhecimento sobre a realidade dela. Claro que é importante saber coisas sobre outras regiões, países e civilizações, mas a história dela e de sua família não podem ficar de fora. Quando o aluno identifica situações e problemas da comunidade no conteúdo da matéria, fica mais fácil aprender e ele melhora o rendimento escolar, além de valorizar a região onde vive.
É preciso que as crianças e os adolescentes encontrem semelhanças entre o conteúdo que está sendo estudado e o que acontece no município. É por isso que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê que os conteúdos curriculares sejam adaptados ao contexto da localidade onde está situada a escola. A lei também prevê a utilização de métodos de ensino que atendam as reais necessidades dos alunos.
Você tem conhecimento do que existe ao redor da sua casa e da escola? Por exemplo: a vegetação e o clima. Se você é estimulado a observar a realidade local em sala de aula, 10 pra sua professora ou seu professor! É legal também explorar as capacidades e habilidades da região. As características locais precisam ser conhecidas não só pelas crianças e adolescentes, mas por toda a população, para que seja possível promover desenvolvimento e igualdade.
Ensinar de acordo com a realidade da região é dever do município, da Secretaria de Educação, dos pais e professores, de todos nós. Então, mãos à obra! Você que é pai, mãe, já olhou os livros didáticos que seu filho, ou filha, usa para estudar? Se você achar que o conteúdo não está adequado à realidade da criança, procure a escola ou a Secretaria de Educação do município.
Você sabia que na tentativa de reverter essa situação, a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab), com apoio financeiro do UNICEF, elaborou a publicação experimental "Conhecendo o Semiárido"? Essa publicação é destinada a alunos da 3ª e 4ª séries. A escola interessada pode entrar em contato com a Resab, pelo telefone (74) 3612-8488 ou e-mail rederesab@yahoo.com.br.
Os livros adequados à realidade do estudante conseguem juntar os conhecimentos locais sem negar o acesso aos conhecimentos de outras regiões e do mundo. Aliás, benefício é o que não falta com o aprendizado contextualizado! Ele ajuda a melhorar a qualidade de ensino e contribui para o processo de construção da identidade, já que não causa estranhamento nos estudantes.
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